Já
me zanguei com Deus muitas vezes.
Viro-lhe as costas e parto, rezingão,
fingindo ter muito que fazer.
Ocupo-me,
entretenho-me, perco-me em dias sem substância porque feitos só de mim.
E chego
a convencer-me que a espuma dos dias é projeto que chegue.
Se me esforço, consigo até, com persistente
criatividade, descobrir mil razões que justificam a vacuidade.
Oh!
Tantas
ilusões, ambições... tanto caminho e tantas metas à minha espera...
Às vezes, é no meio da vertigem das horas vividas assim, em remoinho à volta do meu umbigo, que O pressinto, sereno e quieto, como quem espera que a birra passe à criança rebelde.
Nada me diz, nem a nada me obriga. Mas sei que
está ali, pacientemente, à espera.
E basta isso para que todo o vértigo
espumoso caia por si, vazio de sentido.
Sei que
o homem é tenda para Deus.
O que também não me parece demasiado estranho.
Pois os rios também
correm para o mar.
O que me assombra e desconcerta é que Deus se tenha feito homem para me falar de si em mim!
E quando me atrevo a empreender com Ele o caminho de regresso à
casa paterna, descubro, perplexo, que sempre esteve à minha espera.
Porque És assim.. MEU DEUS!
Sem comentários:
Enviar um comentário