quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O homem que queria ver a Deus



Prakash era um bom homem. Como ansiava ver a Deus face a face, ficou contentíssimo quando Deus lhe perguntou num sonho:
- Prakash, queres ver-me e conhecer-me?
- Claro que sim, respondeu, impaciente, Prakash.
- Pois bem. Ver-me-ás então. Lá na montanha, longe de tudo e de todos abraçar-te-ei.

(...)

Prakash subiu rapidamente a montanha onde marcara o encontro com Deus. Foi repetindo o seu discurso e, ofegante e cheio de expectativa, chegou, trémulo de esperança, ao cimo da montanha. Mas onde estava Deus? Não o via em parte alguma.

- Ó Deus, onde estais? Convidaste-me para vir aqui e eu vim. Cá estou! E Vós, onde estais? Não me decepcioneis. Por favor mostrai-Vos. Cheio de desespero, o homem prostrou-se por terra e começou a chorar. Então, de repente, ouviu uma voz, que descia retumbante das nuvens:

- Quem está aí em Baixo? Porque te escondes de mim? És tu, Prakash? Não te vejo. Porque te escondes? Que puseste entre nós?

- Sim, Senhor, sou eu, Prakash. Trouxe-te este precioso jarrão, a minha vida vem dentro dele. trouxe-o para Ti.

- Mas eu não te vejo. Porque hás-de esconder-te atrás desse enorme jarrão? Desse modo não nos veremos. Desejo abraçar-te. Portanto atira o jarrão fora, afasta-o da minha vista. Podes dá-lo a quem quiseres, mas livra-te dele. Quero abraçar-te, Prakash. Quero-te a TI.


Inconscientemente também pomos muitas vezes jarrões com pedrinhas que significam todas as boas acções que fazemos, entre nós e Deus. Será que é só isso que interessa? Quantas vezes olhamos apenas para nós e para tudo aquilo que de bom fazemos e esquecemos o outro que está logo ali ao lado e que precisava de ajuda mas nós continuamos o nosso caminho porque não temos tempo.
Será que realmente queremos ver a Deus?

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